Dia Mundial da AIDS 2023

Olá, meu leitor!

Neste ano 2023, lembramos os 42 anos do isolamento do HIV, após os primeiros relatos de uma nova doença surgirem em 1978, em San Francisco, na California.

Mesmo com mais de 40 anos de história, esta doença ainda é carregada de preconceitos, discriminação e meias verdades, o que só dificulta o seu controle.

Estima-se que hoje existam 39 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, sendo pouco mais de um milhão aqui no Brasil.

Nestes mais de 40 anos, muita coisa mudou. O que era uma sentença de morte certa e breve passou a ser uma doença crônica, controlável. Os pacientes, no início, tomavam mais de 30 comprimidos ao dia, com muitas dificuldades – um era em jejum, outro com estômago cheio, um não podia ser tomado junto do outro, efeitos adversos importantes e, o mais importante: pouca efetividade.

Hoje os esquemas terapêuticos são muito efetivos e muito mais fáceis de tolerar, muito poucos efeitos adversos e grande efetividade.

Já há casos relatados – poucos, é verdade – de cura, mas que alimentam a nossa esperança de dias melhores para os pacientes e para nós, que trabalhamos diuturnamente neste combate.

Em alguns lugares, houve redução dos casos novos e, em outros, houve aumento. Ainda precisamos muito falar sobre este assunto, dar oportunidade de tratamento aos doentes e implementar políticas públicas de enfrentamento da doença que cheguem, também, aos mais vulneráveis.

Até breve!

Dia mundial de combate à AIDS 2021

Hoje, 1 de dezembro de 2021, lembramos o dia mundial de combate à AIDS e, especificamente, os 40 anos do isolamento do HIV, ocorrido em 1981.

Estima-se que existem no mundo, hoje, cerca de 37,7 milhões de casos de AIDS no mundo, a maioria na África subsaariana. Em 2020, ocorreram 1,5 milhões de casos novos e cerca de 690.000 mortes em todo o mundo.

Até 2020, foram registrados 34,7 milhões de casos no mundo desde o início da epidemia.

Os casos novos de AIDS tem diminuído no mundo, mas ainda representam números impressionantes. Parte considerável desta redução deve-se à instituição do tratamento imediato, seguido por muitos países, inclusive o Brasil.

Ainda precisamos avançar muito aqui no nosso país. Investir em testagem, aumentar os pontos de atendimento, que estão ficando sobrecarregados e, principalmente, em campanhas educativas. Nos últimos anos, especialmente nestes dois anos de pandemia Covid19, a AIDS saiu da mídia, mas os casos novos continuam a acontecer. No Hospital Escola Dr Hélvio Auto, referência estadual de doenças infecciosas, onde trabalho, foram diagnosticados mais de 300 pacientes novos no último ano.

Hoje existe um tratamento altamente eficaz no controle da doença; esta deixou de ser uma sentença de morte, mas é preciso que o diagnóstico seja feito antes do estágio terminal da doença.

Cuide-se, previna-se, faça o teste.

Até a próxima!

As maiores pandemias da História

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O mundo já passou por algumas pandemias, que causaram grandes estragos muitas mortes, semelhante ao que vem acontecendo atualmente com o Covid19.

As maiores pandemias registradas na história, além desta de coronavirus, foram a de peste bubônica, gripe espanhola, varíola, cólera, gripe suína (H1N1) e HIV AIDS.

A peste, doença transmitida pela picada de pulgas de ratos, é causada pela bactéria Yersinia pestis e pode causar grandes surtos em locais com más condições de habitação e de higiene. Seus sintomas incluem inchaço dos gânglios linfáticos na virilha, na axila ou no pescoço. Outros sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga e dores musculares, caracterizando a peste bubônica. Uma forma especialmente grave e de grande importância epidemiológica é a forma pulmonar da doença, altamente contagiosa por via respiratória. A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou a Europa no século 14, matando entre 75 e 200 milhões pessoas na antiga Eurásia. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de pessoas para 350 milhões.

Outro virus respiratório que já causou duas grandes pandemias é o Influenza, responsável pela gripe Espanhola, cujo ápice ocorreu em 1918, e pela gripe suína, ocorrida em 2010.

Acredita-se que entre 40 e 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia de gripe espanhola de 1918, causada por um vírus influenza H1N1. Mais de um quarto da população mundial na época foi infectada e até o então presidente do Brasil, Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919. O vírus veio da Europa, a bordo do navio Demerara. O transatlântico desembarcou passageiros infectados no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Na época, não existia a vacina que hoje controla a doença com muita eficiência.

A gripe suína, causada pelo mesmo sorotipo H1N1 do influenza A, foi a primeira  pandemia do século 21. O vírus surgido em porcos no México, em 2009, se espalhou rapidamente pelo mundo, matando 16 mil pessoas. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em maio daquele ano e, no fim de junho, 627 pessoas estavam infectadas no país, de acordo com o Ministério da Saúde.

A varíola, doença viral caracterizada por febre alta e vesículas na pele, atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga louca”. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias. Os sintomas eram febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Felizmente, a varíola foi erradicada do planeta em 1980, após campanha de vacinação em massa, sendo a primeira doença erradicada do mundo por este meio.

Já o cólera, doença bacteriana causada pelo Vibrio cholerae, é caracterizada por diarréia aquosa profusa aguda. Ainda existe em algumas partes do mundo, especialmente na África e no Oriente Médio, e causa surtos e epidemias ao redor do mundo, Aqui no Brasil, a última epidemia ocorreu no início dos anos 1990, entrando no país pela calha do rio Amazonas e depois se disseminando por quase todo o país.

A primeira pandemia registrada foi em 1817, e ainda persistem focos da doença pelo mundo.

Outra pandemia que ainda causa muitas mortes pelo mundo é a de HIV AIDS. Causada pelo HIV, retrovirus de transmissão sexual e parenteral; hoje bem controlada por medicamentos, já causou milhares de mortes. Em alguns países da África, como Serra Leoa, diminuiu a expectativa de vida da população para menos de 50 anos.

Esta doença caracteriza-se por uma imunodepressão celular profunda, associada a um estado inflamatório que causa aterosclerose precoce e severa, levando a adoecimentos e mortes de causa cardiovascular, além das mortes por infecções oportunistas, sendo a mais frequente delas a tuberculose.

Hoje a expectativa de vida de um portador do HIV em uso de medicação de forma correta é igual a de qualquer pessoa, mas ainda não há cura para esta doença.

 

AIDS avança entre os jovens

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Por Maria Fernanda Ziegler, de Paris | Agência FAPESP

O número de pessoas infectadas pelo HIV vem diminuindo em escala global, assim como o número de mortes causadas pela Aids. Mas, segundo as estatísticas oficiais, essa redução ocorre de maneira desigual entre diferentes países e também entre diferentes segmentos sociais. Em adolescentes, por exemplo, o risco de contrair a infecção tem crescido significativamente nos últimos anos.

“Estamos longe do fim da Aids. Esse discurso de que estamos por vencer a doença é contraprodutivo, pois nos distrai de uma dura realidade”, disse Vera Paiva, uma das coordenadoras do Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids na Universidade de São Paulo (Nepaids-USP), em palestra na FAPESP Week France, entre os dias 21 e 27 de novembro.

Em 2016, a Conferência Internacional da Aids – considerada o maior e mais importante fórum global sobre a epidemia – apontou os adolescentes como população-chave entre os grupos desproporcionalmente afetados pela doença. Dessa forma, o grupo se tornou uma das prioridades de políticas públicas, ao lado de outras populações historicamente consideradas mais expostas à infeção pelo HIV e à mortalidade por Aids, como usuários de drogas injetáveis, homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero e profissionais do sexo.

“A maior vulnerabilidade dos adolescentes ao HIV é uma tendência global. Atualmente, existem mais de 2 milhões de adolescentes e jovens adultos (15-24 anos) infectados. Esse é o único grupo em que a taxa de infecção continua a aumentar, com um risco relativo 50% maior em relação às outras faixas etárias”, disse

“Conforme disse Gunilla Carlsson, diretora executiva da Unaids [Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS], é inaceitável que toda a semana 6 mil adolescentes, meninas e jovens mulheres sejam infectados por HIV em todo o mundo porque seus direitos reprodutivos e sexuais continuam sendo negados”, disse Paiva, que coordena uma pesquisa sobre adolescência e Aids no Brasil. O estudo é apoiado pela FAPESP por meio de um Projeto Temático.

De acordo com a pesquisadora, no Brasil é ainda mais preocupante o crescimento da vulnerabilidade à Aids entre os adolescentes por causa da queda nos investimentos em políticas de promoção da saúde. Paiva destacou que essas medidas são amparadas pela Constituição Federal, que prevê o direito à educação, à saúde e estabelece a laicidade do Estado.

A desigualdade importa

Enquanto nos países de baixa e média renda as mulheres jovens são as mais afetadas, destacou Paiva, nos mais ricos são pessoas transgênero, bissexuais, gays e a população indígena não branca.

“Essa desigualdade deve ser considerada na formulação dos programas de combate à Aids. O atual abandono de políticas públicas baseadas na promoção dos direitos humanos é um dos obstáculos-chave no Brasil”, disse a pesquisadora.

As políticas implementadas no Brasil entre os anos de 1993 e 2013 são consideradas internacionalmente como um caso de sucesso, disse Paiva. “O sucesso veio amparado na implementação do direito à saúde e à prevenção, assim como projetos de educação sexual e, sobretudo, ao estado laico que literalmente apoiou uma resposta nacional baseada em evidências científicas e não em pregações de moral ou bom comportamento”, disse.

Para a pesquisadora, foram cruciais para o controle da epidemia nas décadas anteriores o cenário de acesso público à saúde – que dá direito aos insumos de prevenção e ao tratamento com drogas eficientes – e as ações de equidade, que compensam desigualdades sociais e envolvem a cooperação de diferentes atores como ONGs e governos locais para a prevenção da doença.

“Entre as ações efetivas está o trabalho de educação sexual e prevenção incluído nos currículos escolares nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Essa aliança resultou na diminuição da Aids por duas gerações e, na década de 2000, produziu ainda um importante debate no país sobre diversidade sexual e desigualdade de gênero”, disse.

Durante a apresentação na FAPESP Week France, Paiva ressaltou resultados consistentes desses programas. “Nos anos 1980, o uso de preservativo entre jovens de 14 a 19 anos era quase zero. No final dos anos 1980, 48% dos jovens usavam preservativos. Em 1998, o índice foi para 54% e de 2013 para cá, a taxa varia de 62% para 69% nas escolas secundárias. A idade de iniciação sexual no país permaneceu entre 14 e 15 anos”, disse.

Nesse período, Paiva destacou ainda uma pesquisa inovadora na área de saúde, ciências sociais e educação, que consolidou a compreensão de que a sexualidade não se reduz aos hormônios e que compreender o impacto da desigualdade de gênero e considerar a diversidade sexual, cultural e religiosa é crucial. “Esses são princípios centrais de programas iniciados e coordenados no Sistema Único de Saúde e baseados em direitos humanos e evidência”, disse.

“Um dos desafios para a pesquisa, agora, é monitorar e compreender o impacto da conjuntura atual, em que políticas baseadas em direitos humanos estão sob ataque e não apenas no Brasil”, disse Paiva.

Segundo a pesquisadora, desde 2016, políticas de austeridade no Brasil têm cortado o investimento em saúde pública, educação e ciência. “Assim como em outras partes do mundo, esses cortes vêm acompanhados de um movimento político articulado por discursos religiosos e anticientíficos. Portanto, garantir a saúde sexual e reprodutiva dos jovens exige novas concepções que permitam a sustentabilidade de programas baseados em evidências e não em pregação moral”, disse.

Para a pesquisadora, os discursos religiosos e anticientíficos que têm se tornado mais frequentes estão na direção contrária à que produziu o sucesso colhido por duas décadas. Retomam abordagens que comprovadamente não foram eficazes no início da epidemia.

“Os discursos amparados na defesa de que só a família deve falar sobre sexualidade com os jovens, não as escolas, desconsideram mudanças importantes na cultura sexual e na socialização para a sexualidade hoje mediada pela internet: 93% dos adolescentes das classes D e E e acessam à internet via celular”, disse.

Dessa forma, de acordo com a pesquisadora, essas mudanças culturais e políticas precisam ser prioridade na agenda de pesquisa que contribua para a renovação das ações de prevenção. “O desmantelamento de políticas de prevenção e do financiamento de pesquisas que monitoram seus resultados, monitoramento que retroalimenta e corrige técnicas e práticas pouco efetivas, indicam a negligência na promoção de direitos à prevenção, especialmente entre os mais jovens”, disse.

Análises epidemiológicas mostram que jovens nascidos nos anos 1990 e que iniciaram a vida sexual por volta dos anos 2000 têm três vezes mais chance de serem HIV positivo que os nascidos nos anos 1970 e que iniciaram a vida sexual antes da explosão da epidemia de Aids começar a ser controlada pelo acesso à medicação antirretroviral e o acesso massivo a programas e insumos de prevenção.

Dados de 2018, no entanto, indicam que no Estado de São Paulo a taxa de Aids na faixa de 15 a 19 anos passou de 2% para 7% dos casos. Houve também um aumento dos casos entre negros, enquanto os índices caíram entre os brancos. “A análise interseccional é crucial quando a desigualdade importa, como é o caso do discurso técnico-científico voltado a evitar que diferenças se tornem desigualdades”, disse.

O simpósio FAPESP Week France foi realizado  graças a uma parceria entre a FAPESP e as universidades de Lyon e de Paris, ambas da França. Leia outras notícias sobre o evento em http://www.fapesp.br/week2019/france.

 

Aprovado novo medicamento para HIV AIDS no Brasil

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a aprovação do medicamento Biktarvy® (bictegravir, entricitabina e tenofovir alafenamida), da Gilead Sciences, para tratamento de HIV em adultos e crianças com mais de seis anos e com peso corporal de pelo menos 25 kg. O paciente precisa tomar apenas um comprimido ao dia, com ou sem alimentos, para o tratamento da infecção pelo HIV.

O medicamento é composto por três substâncias ativas, contendo um novo inibidor de integrase (INSTI) -o bictegravir; além de antirretrovirais de outras classes: entricitabina e tenofovir alafenamida (TAF). O TAF, que é utilizado em uma dosagem menor que o tenofovir (TDF), é mais permeável nas células e se concentra mais dentro delas. Portanto, sendo mais seguro que o tenofovir (TDF). Isso porque pode causar menos toxicidade renal e óssea.

Ainda não há informação de este novo medicamento será utilizado para novos tratamentos, para PEP ou Prep.

 

Ministério estima 135.000 casos de HIV ainda não diagnosticados no Brasil

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O Ministério da Saúde estima que 900.000 pessoas vivam com HIV no Brasil, mas que 135.000 ainda não sabem do seu diagnóstico. Nos últimos 5 anos, a mortalidade por HIV AIDS caiu 22,8%, passando de 12.500 casos em 2014 para 10.900 em 2018.
Em todo o mundo, a OMS estima que 1,5 milhões de pessoas tenham se infectado com este virus em 2018.
O dia 1 de dezembro é o dia mundial de combate à AIDS, epidemia esta que já completou 30 anos, mas que ainda preocupa as autoridades de saúde pelo mundo.

OMS recomenda dolutegravir para todas as populações portadoras do HIV

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Com base em novas evidências avaliando benefícios e riscos, a OMS recomenda o uso do medicamento dolutegravir (DTG) para o HIV como o tratamento de primeira e segunda linhas preferencial para todas as populações, incluindo mulheres grávidas e aquelas com potencial para engravidar.

Estudos iniciais haviam destacado uma possível ligação entre DTG e defeitos do tubo neural (defeitos congênitos do cérebro e da medula espinhal que causam condições como espinha bífida) em bebês nascidos de mulheres que usam a droga no momento da concepção. Esta potencial preocupação de segurança foi relatada em maio de 2018 a partir de um estudo realizado em Botsuana, que encontrou 4 casos de defeitos do tubo neural de 426 mulheres que engravidaram enquanto tomavam DTG. Com base nestes resultados preliminares, muitos países aconselharam mulheres grávidas e mulheres com potencial para engravidar a tomar efavirenz (EFV).

Novos dados de dois grandes ensaios clínicos comparando a eficácia e segurança de DTG e EFV na África agora expandiram a base de evidências. Os riscos de defeitos do tubo neural são significativamente menores do que os estudos iniciais podem ter sugerido.

O grupo de diretrizes também considerou modelos matemáticos dos benefícios e danos associados às duas drogas; os valores e preferências das pessoas que vivem com o HIV, bem como os fatores relacionados à implementação de programas de HIV em diferentes países e custo.

Dolutegravir é uma droga que é mais eficaz, mais fácil de tomar e tem menos efeitos colaterais do que as drogas alternativas usadas atualmente. DTG também tem uma alta barreira genética para o desenvolvimento de resistência a drogas, o que é importante, dada a tendência crescente de resistência a EFV e regimes baseados em nevirapina. Em 2019, 12 dos 18 países pesquisados pela OMS relataram níveis de resistência primária que excederam o limite recomendado de 10%.

Todas as descobertas acima levaram a decisão de atualizar as diretrizes de 2019.

Em 2019, 82 países de baixa e média renda relataram estar em transição para esquemas de tratamento de HIV baseados em DTG. As novas recomendações atualizadas visam ajudar mais países a melhorar suas políticas de HIV.

Quanto a qualquer medicação, a escolha informada é importante. Cada decisão de tratamento deve basear-se em uma discussão informada com o provedor de saúde, ponderando os benefícios e riscos potenciais.

A OMS também enfatiza a importância de fornecer informações e opções para ajudar as mulheres a fazer uma escolha informada. Para este fim, a OMS convocou um grupo consultivo de mulheres vivendo com HIV de diversas origens para aconselhar sobre questões políticas relacionadas à sua saúde, incluindo saúde sexual e reprodutiva. A OMS destaca a necessidade de monitorar continuamente o risco de defeitos do tubo neural associados ao DTG.

 

OMS define as 10 maiores ameaças de 2019

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A OMS anunciou uma lista de 10 questões de saúde que exigirão sua atenção em 2019. Para abordar essas questões, a OMS está iniciando um plano estratégico de 5 anos, o 13º Programa Geral de Trabalho. O plano tem uma meta de garantir que um bilhão de pessoas a mais se beneficie do acesso aos serviços de saúde, mais 1 bilhão de pessoas estejam protegidas das emergências de saúde e mais 1 bilhão de pessoas experimentem melhor saúde e bem-estar.

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Poluição do ar e mudanças climáticas

Novas populações estão experimentando o aumento das ameaças da doença de Lyme, porque os carrapatos de pernas pretas migram para o norte em zonas que antes eram frias demais para sua sobrevivência. Assim como outros vetores de doenças, os carrapatos de pernas pretas se reproduzem e sobrevivem melhor em altas temperaturas, de acordo com Ben Beard, PhD, chefe do Departamento de Doenças Bacterianas da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores do CDC.

 

Doenças não transmissíveis

Segundo a OMS, as doenças não transmissíveis são responsáveis por 70% das mortes no mundo. Pesquisadores descobriram que as comorbidades por HIV, principalmente doenças não transmissíveis relacionadas à idade, estão aumentando à medida que a população infectada pelo HIV envelhece.

 

Pandemia de influenza

Os especialistas acreditam que a chamada vacina da gripe “universal” pode proteger os pacientes contra todas as cepas do vírus por décadas – talvez até uma vida inteira. Isso poderia significar um mundo sem epidemias sazonais e pandemias globais de gripe, que permanecem entre as maiores ameaças de doenças infecciosas do mundo. Ao contrário das epidemias sazonais, que ocorrem principalmente no inverno na maior parte do mundo, as pandemias podem durar um ano ou mais e ocorrem quando novos vírus influenza sofrem mutações e começam a infectar humanos.

 

Más condições de habitação

A OMS expressou recentemente uma “séria preocupação” com as condições do assentamento de Rukban na Síria, localizado perto da fronteira com a Jordânia, onde cerca de 40.000 pessoas permanecem presas. O risco de doenças respiratórias associadas à superlotação e à poluição do ar em ambientes fechados, incluindo infecções respiratórias agudas, influenza, sarampo e tuberculose, e doenças respiratórias crônicas como a asma, são particularmente preocupantes para crianças pequenas no assentamento.

 

Resistência bacteriana

Nos últimos anos, muita ênfase tem sido dada ao uso cauteloso e apropriado de antibióticos como meio de mitigar a ameaça da resistência antimicrobiana. No entanto, a prescrição excessiva de antibióticos continua sendo uma preocupação, particularmente em ambientes ambulatoriais, como consultório médico, centros de atendimento de urgência, clínicas e departamentos de emergência.

 

Ebola e outros agentes perigosos

A Sociedade para a Epidemiologia em Saúde da América pediu uma resposta renovada, coordenada e internacional ao surto do vírus Ebola em curso na República Democrática do Congo, ou RDC. A declaração foi dada após o anúncio de que um trabalhador de saúde dos Estados Unidos foi evacuado para um hospital em Nebraska depois de possivelmente ter sido exposto ao Ebola na República Democrática do Congo. Os EUA evacuaram a equipe do CDC da zona de surto meses atrás devido a temores de segurança.

 

Cuidados primários de saúde deficientes

Para o alcance da cobertura universal de saúde é necessária uma forte atenção primária à saúde, de acordo com a OMS. Um estudo recente mostrou que os residentes em “pontos frios” – ou comunidades com pouco acesso a cuidados regulares de saúde – eram mais propensos a ter doenças crônicas, como a obesidade, e eram menos propensos a fazer exames de câncer.

 

Movimento antivacina

Mais da metade dos projetos de lei propostos pelos legisladores estaduais em relação à imunização ampliaria o acesso das pessoas às isenções de vacinas, segundo pesquisa publicada no American Journal of Public Health. Embora os pesquisadores observem que a maioria dos projetos assinados em lei restringem o acesso a isenções, eles disseram que a prevalência da mentalidade anti-vacina deve levantar preocupações sobre a saúde pública.

 

Dengue

Um novo estudo sugere que pacientes com infecção assintomática pelo vírus da dengue são 80% tão infecciosos quanto pacientes sintomáticos, ressaltando o importante papel da “transmissão silenciosa” na disseminação da doença, de acordo com pesquisadores.

 

HIV

Com base em uma revisão sistemática e metanálise dos dados disponíveis, os pesquisadores calcularam que cerca de 14% das mulheres transgêneras e 3% dos homens transexuais nos Estados Unidos têm HIV. Embora a estimativa da prevalência do HIV para mulheres transgênero seja menor do que as estimativas anteriores, os pesquisadores notaram que ela “ainda é substancial em comparação com outras populações vulneráveis”.

 

Fonte: WHO. Ten threats to global health in 2019

https://www.who.int/emergencies/ten-threats-to-global-health-in-2019

Accessed January 16, 2019.

Aprovado novo esquema TARV com 2 drogas

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Foi aprovado pelo FDA um novo esquema terapêutico para tratamento da infecção pelo HIV: trata-se da combinação em um comprimido de dolutegravir 50 mg + lamivudina 300 mg.

Este esquema servirá para casos novos sem resistência documentada e sem tratamentos anteriores.

O paradigma da terapia tríplice vai caindo…

Fonte: Infectious Diseases news

 

Dia mundial de combate a AIDS

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Estou em João Pessoa, onde participei do VII congresso norte nordeste de infectologia. Atualizei alguns dados preocupantes sobre a situação da AIDS no Brasil e no mundo.

As estimativas são de 36,9 milhões de pessoas infectadas, sendo 3,3 milhões de crianças, e o número de novas infecções em adultos não está caindo. Ocorrem, aproximadamente, 1,5 milhões de novas contaminações em adultos e 180.000 crianças (menores de 15 anos).

Ocorrem ainda cerca de 940.000 óbitos por ano; felizmente, a mortalidade da doença caiu 34% nos últimos anos.

No mundo, cerca de 21,7 milhões de infectados tiveram acesso a TARV.

Nas Américas e na Europa, a doença ainda atinge principalmente os HSH, embora a transmissão heterossexual é que mais cresce. Segundo dados do MS brasileiro, a taxa de infecção pelo HIV entre os homossexuais chega a 18%.

Cerca de 9,4 milhões de pessoas infectadas não sabem de sua condição.

Em 2017, no Brasil, houve 882.810 casos notificados. O predomínio masculino voltou a aumentar: são 28 casos em homens para 10 em mulheres. Em 2005, eram 16 homens para 10 mulheres.

No Brasil, ainda ocorrem cerca de 40.000 casos novos ao ano.