Olá, meu leitor!
Estamos vivendo uma situação que há muito não víamos: um surto de doença meningocócica aqui em Maceió, com franca predominância do sorogrupo B.
Quando eu comecei a trabalhar no HEHA (na época HDT, ou Constança, como ainda é conhecido por parte da população), já lá vão 25 anos, havia enfermarias de meningite. Sempre tínhamos 2, às vezes 3 pacientes internados, desde formas leves até casos muito graves, com sequelas, amputações e mortes. Nessa época, predominava o sorotipo C.
Depois que a vacina para meningococo C foi introduzida na vacinação das crianças, a doença praticamente desapareceu. Passamos a ter casos isolados, muito esporádicos, e praticamente nenhuma morte nos últimos anos.
Porém, o meningococo mostrou que sempre é uma ameaça real. No último período de agosto de 2022 a agosto de 2023, tivemos 27 casos confirmados, com 11 óbitos. Dezesseis casos foram confirmados do sorogrupo B, para o qual ainda não dispomos de vacina na rede pública.
Um dado preocupante é o desconhecimento da população e parte dos médicos da enorme gravidade desta doença. É preciso sempre lembrar que meningite é emergência médica, que pode matar em 24 horas ou deixar sequelas irreversíveis.